O Casa Ferreirinha Reserva Especial Tinto 2007 e o Casa Ferreirinha Antónia Adelaide Ferreira Branco 2012 são dois vinhos de eleição em qualquer parte do mundo.

Quando olhamos para o Casa Ferreirinha Reserva Especial de 2007, estamos longe de imaginar toda a sua história e pergaminhos até ser engarrafado. Antes de mais, e até pelo que o seu próprio nome indica, é um vinho que só sai a público em anos extraordinários e a colheita de 2007 foi, sem dúvida, uma delas. Mas é também Especial porque o seu nascimento se deve a uma ligação que tem com o mítico Barca Velha. A razão é simples.

Luís Sottomayor, o homem que dirige toda a equipa de enologia da Casa Ferreirinha, é o responsável máximo pela decisão de escolher a colheita que irá definir cada Barca Velha e para se perceber bem o peso que lhe cai sobre os ombros, basta notar que desde que em 1952 saiu o primeiro, só houve até hoje (mais de 61 anos passados) 17 colheitas.

O processo de escolha é complexo e é pelas sucessivas provas de cada ano de colheita que Luís Sottomayor vai eliminando e reservando as candidatas. E é precisamente aqui que começa a história do nosso Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007. “Quando chegou a altura da última decisão sobre se a colheita de 2007 avançaria para Barca Velha hesitei e quando se hesita já não pode ser Barca Velha”, explica Luís Sottomayor.

Casa-Ferreirinha-Reserva-Especial-2007

Estávamos, de facto, em presença de um grande vinho. Mas a quem faltava preencher, nas contas do enólogo, um último parâmetro para alcançar o baptismo como 18ª colheita de barca Velha. A partir daqui, e porque continua a tratar-se de um vinho excepcional, abre-se espaço para o nascimento de uma outra estrela e cuja história de criação remonta a 1960: o Casa Ferreirinha Reserva Especial, neste caso o da colheita de 2007.

Conhecidos assim os pergaminhos deste notável vinho que ficou na antecâmara do Barca Velha, temos de realçar os seus grandes trunfos. Aromaticamente pujante (revela aromas a ameixa preta e a especiarias como a canela e o cravinho), tem uma grande boca e bons taninos, demonstrando acidez equilibrada e com um final extremamente longo. É, de facto, um vinho que fica na memória, que apetece beber, e que tem uma enorme capacidade de guarda. Deste verdadeiro néctar encheram-se 33 mil garrafas, cada uma apresentando, em relevo, o brasão da Casa Ferreirinha e uma concavidade no fundo com maiores dimensões para facilitar o seu serviço. Enfim, uma autêntica preciosidade.

Casa-Ferreirinha-Antonia-Adelaide-Ferreira-Branco-2012-(3)

Mas não é a única que aqui apresentamos. Para os apreciadores de vinhos brancos, deixamos outro néctar: o Casa Ferreirinha Antónia Adelaide Ferreira Branco 2012, elaborado a partir das castas Viosinho e Arinto. Com cor dourada e aromas a melão e pêra e notas florais e minerais, é um vinho que também evidencia enorme volume na boca, acidez, frescura e madeira bem integrada. Depois de a Sogrape ter comprado, em 2006, a Quinta do Sairrão (São João da Pesqueira), que tem as suas vinhas a mais de 650 metros de altitude, Luís Sottomayor resolveu esperar pela colheita de 2012 para fazer este vinho mágico e bastante gastronómico. E como só está disponível em 1000 garrafas, não o podemos perder!

 

José Manuel Moroso integrou os quadros do EXPRESSO como jornalista e aí trabalhou em várias áreas durante mais de 20 anos. Foi durante muitos anos responsável pela famosa secção Gente (Expresso), substituindo Pedro d’ Anunciação, passou pela política, foi editor de desporto, editor dos Guias do Expresso e do Livro da Boa Cama e da Boa Mesa e editor da Sociedade. Especializou-se, também, em críticas de vinhos e a escrever sobre relógios. Transitou, depois, para o jornal Sol, acompanhando a anterior direcção do EXPRESSO, onde se manteve nove anos, até ao final de 2015.