Potência. Aceleração. Velocidade máxima. Domínio em curva. Adrenalina. Para alguns, muito mais do que uma panóplia de aplicações, estes continuam a ser os principais argumentos que um automóvel pode ter. E, para lhes dar resposta, há marcas que regressam aos básicos, oferecendo máquinas de sonho ao mais exigente dos condutores. Aqui, a performance e a emoção estão em primeiro lugar.
Na senda da modernidade, a indústria automóvel tem multiplicado esforços no sentido de dar resposta ao que é considerado o consumidor tipo da actualidade. De facto, para muitos, estar ligado em permanência ao mundo digital, através de um sem-número de aplicações que coloca tudo ao dispor na ponta dos dedos, ou fazer parte do, evidentemente relevante, movimento verde são prioridades. Mas, para os mais puristas, e quando falamos de superdesportivos, o que realmente importa é a performance. Centrados no essencial, não são esquecidos pelas mais exclusivas marcas, que, com séries limitadas, continuam a apontar à potência e à velocidade. E, no regresso aos básicos, há propostas de cortar a respiração.
KOENIGSEGG Jesko
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Um bom exemplo desta linhagem é o Koenigsegg Jesko, o sucessor do mítico Agera RS, detentor de cinco recordes mundiais de velocidade. O modelo, que recebeu o nome do pai do fundador da marca (Christian Von Koenigsegg), nasceu com o objectivo de superar os 482 km/h. Para concretizar essa missão, tem ao seu dispor um redesenhado V8 twin turbo de 5,0 litros. Colocado em posição central na traseira, debita 1298 cv com gasolina ou uns estonteantes 1623 cv se receber E85 (85% etanol e 15% gasolina). Entre as 2700 rpm e as 6170 rpm, o bloco disponibiliza 1000 Nm, mas o binário máximo de 1500 Nm é atingido às 5100 rpm. E porque cada fracção de segundo faz a diferença, a Koenigsegg desenvolveu uma nova transmissão. Designada Light Speed Transmission (LST), trata-se de uma caixa de nove velocidades multi-embraiagem que recorre à tecnologia Ultimate Power On Demand (UPOD) para, em função da velocidade e do regime do motor, aferir qual a melhor relação, mesmo que isso implique passar directamente de uma 7.ª para uma 3.ª!
Se o que está à vista deixa desde logo evidente o carácter agressivo, o que o Jesko esconde reitera que não está para brincadeiras. Com uma estrutura monocoque em carbono, recorre à Triplex Suspension da Koenigsegg, que, neste caso, coloca um amortecedor em posição horizontal em ambos os eixos para manter a estabilidade e distância ao solo, ou não chegasse o Jesko a produzir uma força descendente de 1400 kg, praticamente o seu peso: 1420 kg! O modelo será limitado a 125 unidades e, ao que consta, pelo menos uma virá para Portugal, para as mãos da piloto Carina Lima.
BUGATTI Centodieci
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Ainda mais limitada será a produção do novo Bugatti Centodieci: dez unidades com um preço inicial de oito milhões de euros. É a homenagem das homenagens, uma vez que presta tributo ao Bugatti EB 110, modelo lançado em 1991 em louvor dos 110 anos do nascimento de Ettore Bugatti, fundador da marca. Em termos de design, e embora reinterprete alguns elementos do EB100, o Centodieci é um modelo totalmente novo. Já no que diz respeito à mecânica, vai buscar muitas das suas soluções ao Chiron. É esse o caso do motor W16 de 8,0 litros com quatro turbocompressores, visível através de um painel de vidro na traseira, mas que aqui debita mais 100 cv. O propulsor foi afinado para que o Centodieci tenha ao seus dispor um total de 1600 cv às 7000 rpm, uma potência que passa para o asfalto por via de um sistema de tracção integral e de uma caixa DSG de sete velocidades.
Com um rácio peso/potência de 1,13 kg/cv, alcançado através de um amplo recurso à fibra de carbono na estrutura, o Bugatti Centodieci anuncia performances avassaladoras e um comportamento dinâmico ainda mais apurado. O exercício dos 0 aos 100 km/h é cumprido em 2,4 segundos, necessita de apenas 6,1 segundos para chegar aos 200 km/h e, em 13,1 segundos, alcança os 300 km/h. Atingir a velocidade máxima será, assim, um objectivo cumprido em questão de segundos, até porque a Bugatti a limitou electronicamente aos 380 km/h.
Igualmente conhecida pelos recordes estabelecidos, como o da volta mais rápida no famoso circuito de Nürburgring – com o seu Zonda R, completou o percurso em 6:47.48 –, a italiana Pagani acaba de revelar o Huayra Roadster BC. O modelo foi, na verdade, antecipado por uma participação no jogo CSR Racing 2, mas, para deleite dos amantes de superdesportivos, avançou mesmo para produção com uma edição limitada a 40 unidades, cada uma delas com um preço base sem impostos de três milhões de euros.
PAGANI HUAYRA ROADSTER BC
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Baseado nas já conhecidas versões coupé e cabrio do Huayra, o Roadster BC, cuja sigla homenageia o primeiro cliente da marca, Benny Caiola, é um automóvel ainda mais apurado do que os seus irmãos. E se em termos estéticos isso pode ser discutível, embora seja consensual que é senhor de uma maior elegância, em termos de performances não restam dúvidas. Graças a uma versão mais evoluída do chassis tubular em carbono e titânio, tornou-se mais leve 30 kg do que o roadster original (pesa um total de 1250kg) e ganhou uma maior resistência. No centro da acção tem o V12 biturbo de origem Mercedes-AMG dos irmãos, que, no entanto, foi totalmente revisto, ao ponto de até os turbos terem sido redesenhados. As alterações fizeram a potência subir dos 750 cv para os 802 cv, enquanto o binário máximo passou dos 1000 Nm para os 1050 Nm. O motor, que deverá equipar também os futuros modelos da marca, aparece associado a uma caixa automática Xtrac de sete velocidades e dupla embraiagem e a um sistema de tracção traseira. Apesar de o fabricante não ter anunciado os dados das performances, o que foi divulgado deixa antecipar um poder avassalador. De acordo com a Pagani, o Huayra Roadster BC gera até 1,9 G de aceleração longitudinal contínua, 2,2 G de travagem e cria uma força descendente de 500 kg a 280 km/h!
Performances incríveis, mas muito mais acessíveis, pelo menos na medida em que a produção não está limitada, são as do novíssimo Corvette Stingray. O modelo começará a ser vendido na Europa no início de 2020 e as expectativas são elevadas, ou não tivesse a Chevrolet anunciado que o Stingray atingiu uma velocidade máxima de 312 km/h na pista de testes alemã de Papenburg. Disruptivo, o novo Stingray altera aquela que sempre foi a arquitectura do Corvette e estreia no modelo uma configuração de motor central traseira. A mudança faz sentir-se de imediato na carroçaria, mais distante da dos antecessores, mas também nas dimensões. Tornou-se mais comprido (4,63), mais largo (1,93 m) e mais pesado (1527 kg). Contudo, apresenta uma melhor distribuição do peso e um centro de gravidade mais baixa. Estas características, aliadas ao sistema Magnetic Ride Control, que ajusta automaticamente os amortecedores às necessidades, e a uma gestão inteligente da tracção, traduzem-se num comportamento dinâmico mais assertivo.
CHEVROLET Corvette Stingray
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No modelo base, surge com um V8 de 6,2 litros que disponibiliza 495 cv e um binário máximo de 637 Nm. O bloco está acoplado a uma caixa automática de dupla embraiagem e de oito velocidades, mantendo a transmissão da força às rodas traseiras. É o suficiente para disparar dos zero aos 100 km/h em menos de três segundos, quando equipado com o ‘pack’ de performance Z51, capaz de gerar até 181kg de força descendente em curva. A Chevrolet diz que é o Corvette de base mais rápido de sempre, mas há rumores de que este bloco possa surgir numa versão híper-vitaminada.
Quem não esperou para mostrar os seus trunfos foi a Ferrari, que apresentou, não um, mas dois modelos, no famoso evento Universo Ferrari, em Maranello, Itália. São ambos descapotáveis e, de acordo com a Ferrari, um é o descapotável produzido em série mais potente do mundo. O título vai para o 812 GTS, baseado no 812 Superfast. 50 anos depois do lançamento do 365 GTS4, a Ferrari volta a usar um V12 num cabrio em série. O bloco de 6,5 litros disponibiliza 800 cv de potência às 8500 rpm e 719 Nm de binário máximo às 7000 rpm, aparecendo associado à conhecida caixa automática F1 de dupla embraiagem, que foi afinada. Apesar de ter um peso superior ao Superfast de 75 kg, devido à introdução da capota rígida com mecanismo retráctil e ao reforço do chassis, o Ferrari 812 GTS atinge a mesma velocidade máxima: 340 km/h. A aceleração dos zero aos 100 km/h faz-se em menos de três segundos e necessita de apenas 8,3 segundos para atingir os 200 km/h. No capítulo dinâmico, sistemas como o Side Slip Control, que controla o deslizamento lateral, o Passo Corto Virtuale 2.0, e o EPS ajudam a dominar a potência e a tirar o maior proveito dela em estrada.
FERRARI F8 SPIDER
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Os sistemas eletrónicos de última geração estão também presentes no Ferrari F8 Spider, a outra novidade revelada em Maranello. O modelo deriva do F8 Tributo, sucessor do 488 GTB, e as prestações são igualmente impressionantes. Equipado com o mesmo bloco, que debita 720 cv de potência, o Ferrari F8 Spider atinge os 100 km/h em 2,9 segundos e os 200 km/h em 8,2 segundos. A velocidade máxima mantém-se nos 340 km/h do coupé. Já sabe qual quer?