
Verdadeira lenda viva da história da relojoaria, Kurt Klaus é um dos maiores mestres relojoeiros de sempre e o inventor do surpreendente IWC Da Vinci Calendário Perpétuo.
Poder-se-á dizer que foi quase por acaso que o caminho de Kurt Klaus se cruzou com o da relojoaria. Curiosamente, não eram os relógios que o fascinavam, mas sim os mecanismos e as peças diminutas. E foi por causa desta paixão que Kurt Klaus frequentou a escola de relojoaria de Solothum, onde estudou entre 1951 e 1955. E foi nessa época que a paixão pela relojoaria nasceu, movida pelo fascínio de poder trabalhar com as peças e partes ínfimas dos movimentos relojoeiros e pela precisão necessária para o fazer.
Terminados os estudos, e depois de uma breve passagem pela fábrica da Eterna e de dois anos de serviço militar, Kurt Klaus foi admitido na IWC Schaffhausen. Uma entrevista com Albert Pellaton, na época director do departamento técnico da marca, valeu-lhe, em 1957, um lugar na empresa relojoeira à qual ficaria ligado por mais de 50 anos.
Durante os anos setenta, a “crise do quartzo” afectou em massa toda a indústria relojoeira suíça. A IWC não foi excepção. No entanto, foi nessa época difícil e conturbada que Kurt Klaus desenvolveu o seu primeiro movimento… e não mais parou. Tratava-se de um calibre de relógio de bolso com calendário anual e fases da Lua que se revelou um verdadeiro sucesso na Feira de Basileia de 1977. Dois anos depois era a vez do calibre 9521 com fases da Lua ser apresentado.
Mas foi em 1985 que foi lançado o relógio que escreveria para sempre o nome de Kurt Klaus no Monte Olimpo da Relojoaria. Incumbido da tarefa de desenvolver mecanismos para relógios de pulso, o relojoeiro aceitou o desafio com uma condição: o movimento a desenvolver teria que ser o de um calendário perpétuo.
Como desenvolver um calibre inteiro era impossível dada a capacidade do departamento de design, que tinha o mestre relojoeiro como único elemento, Günter Blümlein, então director técnico da IWC, pediu-lhe que incorporasse o seu conceito de calendário perpétuo a um movimento cronógrafo. O resultado foi o Da Vinci Calendário Perpétuo. Não só se tratava do primeiro cronógrafo com calendário perpétuo, do primeiro calendário perpétuo com todas as funções sincronizadas, como do primeiro relógio a apresentar o ano com quatro dígitos. Depois do Da Vinci, outros sucessos se seguiram com o cunho pessoal de Kurt Klaus. Il Destriero e o turbilhão Misterioso são dois exemplos de peso.
Hoje, com uns sábios 77 anos, Kurt Klaus permanece ligado à IWC, sendo conselheiro técnico e embaixador da marca. Uma figura de destaque incontornável na história da manufactura de Schaffhausen e da própria relojoaria, Klaus impôs-se pela genialidade e pela filosofia de trabalho que respeitou à letra ao longo da sua carreira: todos os seus inventos se basearam em três princípios – simplicidade, robustez e precisão – e tiveram em conta a sua industrialização, ou seja, poderem ser fabricados em série de modo rentável.