A Roger Dubuis baptizou 2015 como “O Ano do Esqueleto” e apresentou diversas peças do tempo onde a arte da esqueletização é rainha e senhora. Lionel Favre, responsável pelo design da marca, fala-nos dos novos relógios e do conceito por detrás de cada criação.

Por Marina Oliveira, em Genebra, Suíça

É responsável pelo design da marca. Como definiria o ADN da Roger Dubuis?

A Roger Dubuis é uma marca muito jovem. O seu ADN é uma mistura entre a inspiração tradicional, com os seus lindos movimentos e o selo de Genebra e, por outro lado, um design muito original e criativo. Estes dois mundos unem-se para dar origem aos produtos da Roger Dubuis.

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A Roger Dubuis é uma marca relativamente jovem quando comparada com outros fabricantes suíços, o que a distingue no panorama relojoeiro?

Sim, a Roger Dubuis tem apenas 20 anos. Para mim, e mais importante do que a história da marca, é que possuímos uma manufactura fantástica, somos detentores do Selo de Genebra e as pessoas que trabalham connosco estão certificadas de acordo com o mesmo.

É muito difícil ter o conhecimento de excelência que permite obter o Selo de Genebra e isso é muito importante. Quando alguém compra um Roger Dubuis, compra um relógio com um design particular, lindo, mas também com um movimento fantástico e muito bonito.

Quais são as principais novidades deste ano?

Temos muitas novidades este ano dentro do universo Astral Skeleton, assim chamado porque os movimentos formam estrelas, e uma das principais é o Spider Esqueleto, que é um relógio de estrutura. Decidimos criar um relógio 100% sobre o movimento e esqueletizado, em que tudo é dedicado à sua arquitectura, jogando com os planos vazios e a complexidade.

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O Spider é uma linha dentro da colecção Excalibur?

Exactamente. É uma nova linha dentro dessa colecção. O conceito por detrás do Spider é ser algo verdadeiramente leve e, para o conseguirmos, esqueletizámos, além do movimento, a própria caixa do relógio. Assim, o Spider pesa menos de 100 gramas, é muito leve e prático de usar, e possui muitos elementos esqueletizados: a caixa, a flange, o movimento. O que resulta num design muito forte, mecânico e arquitectural.

E porquê o nome Spider (Aranha)?

Tem a ver com a construção do movimento. A aranha, quando faz a sua teia, apesar de esta parecer algo frágil, é muito forte. Por isso inspirámo-nos na estrutura da teia de aranha e na sua robustez para baptizar esta linha.

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Por que decidiram apresentar esta linha dentro da colecção Excalibur?

Porque esta colecção é icónica para a Roger Dubuis e, historicamente, é muito conhecida. Quando se pensa em esqueletização, pensa-se na Roger Dubuis e pensámos que podíamos ir mais além e criar um modelo 100 por cento esqueleto. Dentro da linha Spider, produzimos um duplo turbilhão, um turbilhão e uma estreia mundial.

Trata-se do Spider Turbilhão Esqueleto com diamantes, onde estes últimos são engastados directamente na borracha. A memória da borracha fixa o diamante e o teste de fiabilidade é o mesmo que numa luneta clássica em ouro, por isso não há problema com a segurança das pedras. É uma nova técnica.

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Em peças como estas, quanto tempo demora o processo desde a conceptualização até à concretização?

Geralmente, precisamos de dois anos para desenvolver um novo relógio. Mas em termos de design, precisamos de um ano para fazer algo muito bom, mediante os nossos standards de produção.

Começamos com os desenhos, fazemos as primeiras experimentações, depois fazemos o protótipo em cera, depois o primeiro protótipo em aço e, ao fim de cinco ou seis protótipos, fazemos o primeiro relógio. Portanto, precisamos de dois anos para fazer todo o processo.

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