De automóveis a bicicletas, scooters a iates, são cada vez mais as possibilidades no universo da mobilidade eléctrica. A aposta no sector é elevada, e tudo aponta para um aumento futuro deste investimento.
Nas cidades, as bicicletas e trotinetes eléctricas já dominam a paisagem graças à sua conveniência para curtas distâncias. Uma realidade que já captou a atenção das marcas de luxo que também já começaram a revelar as suas apostas. A BMW, com a scooter CE 04, lança um futurista e elegante modelo com 42 cv de potência e capaz de atingir os 120 km/h. Já a Porsche apresenta as bicicletas eléctricas eBike Sport e Cross; modelos focados no uso diário, e aventureiro, respectivamente, ambos com sistemas electrónicos integrados ora de mudanças, ora de exibição de dados diversos como a velocidade e distância percorrida.
No sector automóvel, há mais de uma década que o lugar da Tesla é disputado enquanto a principal fabricante de carros eléctricos de luxo. Os actuais modelos da empresa de Elon Musk, o S, o 3 e o X, são capazes de atingir os 100 km/h entre os 2,1 e 3,3 segundos, compreendendo uma potência de 1020 cv. Face a tamanha competição, também a Jaguar lançou o SUV I-Pace, com motor de 400 cv, indo dos 0 aos 100 km/h em 4,8 segundos, e com autonomia até 407 km, priorizando uma fusão entre o conforto e a tecnologia. Já a Porsche, à semelhança de outras marcas, procura cimentar a sua entrada neste mercado com uma estratégia diferente. Com a linha Taycan, em especial o modelo Turbo S, a marca austríaca procura manter o seu design intemporal e característico, enquanto oferece um desportivo potente o suficiente para rivalizar com os restantes eléctricos de luxo. Indo dos 0 aos 100 em 2,8 segundos, e uma velocidade máxima de 260 km/h, a Porsche aposta na versatilidade da linha Taycan, desenhando os seus modelos consoante a rotina e objectivos de cada utilizador.
A mobilidade eléctrica também já mostra, inclusive, sinais de descolagem. A Airbus anunciou em setembro o novo táxi voador de curtas distâncias CityAir-bus, com capacidade para 4 pessoas. De design semelhante a um drone, a fabricante encontra-se a desenvolver parcerias de modo a construir as infraestruturas necessárias à realização deste sonho. Porém, com prazo de comercialização para 2022, também a japonesa Tetra já está a desenvolver aeronaves eléctricas. A Mk-5 é uma aeronave leve e pessoal, desenhada para pilotos certificados abaixo dos 90 kg e com autonomia para 159 km, tendo a startup já feito um voo-teste não tripulado na Califórnia. No entanto, caso a sua própria aeronave não seja suficiente, a Eviation tem em desenvolvimento o modelo Alice, um pequeno e luxuoso avião de 9 passageiros. A aposta da Eviation assenta numa redução substancial do ruído e das vibrações, presentes nos outros aviões, através duma maciça bateria de lítio de 3720 kg, e autonomia para 800 km.
O universo náutico também já mostra provas da sua rendição à mobilidade eléctrica. Em 2017 registou-se o primeiro iate eléctrico do mundo, construído pela Hinckley Yachts. O Dasher, de design moderno e futurista, possui duas baterias iguais às de um BMW i3, e dois motores eléctricos de 80 cv cada, sendo capaz de atingir os 27 nós (50 km/h) e uma autonomia de 64 km. Este modelo representa algumas das limitações que actualmente condicionam o mundo dos iates: baterias e velocidades limitadas, e tamanhos reduzidos, não deixando margem para as embarcações zarparem longe das costas. Fabricantes como a Silent e Serenity têm apostado em embarcações de maior casco e a energia solar, já outras como a Candela, a DutchCraft e a Rand têm investido em embarcações eléctricas. Apesar da distância dos outros mercados, a sueca Candela certifica que algumas das qualidades mais apreciadas nas suas embarcações dizem respeito ao total silêncio, e o facto das mesmas não baterem na água (visto pairarem 70 cm sobre a água com tecnologia hidrofólio); factores estes a conquistar cada vez mais adeptos neste segmento de luxo.