O regresso de um relógio lendário

Breitling Navitimer

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No ano em que celebra o 70.º aniversário, o Breitling Navitimer regressa às luzes da ribalta numa colecção redesenhada que mantém as características clássicas que transformaram este relógio num ícone.

O relógio que começou por ser uma ferramenta para pilotos e que rapidamente assumiu uma posição de destaque na história da relojoaria e conquistou uma legião de fãs regressa em apoteose. Amado por pilotos, coleccionadores e amantes da relojoaria no geral, usado por um astronauta no Espaço e por algumas das maiores estrelas da Terra, o Navitimer é o modelo mais emblemático da Breitling. Hoje, a marca homenageia a lenda com a introdução de uma nova colecção.

Mas antes de nos debruçarmos sobre os novos modelos, vamos “descolar” no tempo para melhor perceber a história deste relógio emblemático. E não podemos falar sobre o Navitimer, sem antes relembrarmos o seu antecessor, o Breitling Chronomat, o primeiro relógio para pilotos. Patenteado em 1940 e produzido desde 1942, o Chronomat foi o primeiro cronógrafo capaz de resolver um grande número de cálculos, necessários à navegação aérea, graças à sua luneta com régua de cálculo.

Dez anos depois, a Breitling decidiu desenvolver o Chronomat, que se tornou popular entre os pilotos da Força Aérea dos EUA, e focar-se em relógios para pilotos. Este foi o início do Navitimer. Em 1952, o primeiro Navitimer apresentava o emblema da Aircraft Owners and Pilots Association (AOPA) no mostrador, era movido pelo calibre cronógrafo manual com roda de colunas, Venus 178, e, claro, exibia a emblemática régua de cálculo do Chronomat.

Numa época em que os computadores eram básicos e do tamanho de uma pequena casa, o Navitimer foi explicitamente concebido para tornar a execução de determinados cálculos, como o da distância percorrida, o mais fácil possível para os pilotos. O modelo apresentava um design totalmente inovador, uma caixa de 41 mm e era uma verdadeira ferramenta profissional.

Em 1954, devido ao advento da produção em massa e de um problema nas entregas de movimentos, a Breitling equipou o Navitimer também com o lendário calibre Valjoux 72 (o mesmo do Rolex Daytona). No final da década, com a ajuda do génio do marketing, Georges Caspari, a marca lançou uma campanha publicitária que gerou uma enorme demanda por cronógrafos de navegação entre os pilotos. Além disso, a Breitling tornou-se o fabricante oficial de vários instrumentos de bordo para aeronaves, como o Boeing 707.

Nesta altura, todos os Navitimers apresentavam o logotipo alado da AOPA no mostrador, mas só em 1959 é que a AOPA elegeu o modelo icónico para seu relógio oficial, curiosamente, no mesmo ano em que este foi lançado pela primeira vez com o logotipo Breitling no mostrador. 1952 viu chegar um Navitimer ligeiramente modificado e concebido para viagens espaciais. Tratava-se do Cosmonaute, um modelo com indicação de 24 horas e que completou três órbitas terrestres no pulso do astronauta Scott Carpenter.

O calibre Venus 178 funcionou fielmente até ao final da década de 1960, quando foi substituído inteiramente pelo movimento Valjoux 7740, um “motor” ainda manual com data e contador de 12 horas. O passo seguinte, em direcção à modernidade, seria a introdução de um movimento cronógrafo automático, em 1969.

O protagonista do desenvolvimento do novo calibre é Gérald Dubois, mais conhecido como Dubois Dépraz. Usando um movimento básico Büren, Dubois, juntamente com Jack Heuer e Willy Breitling, produziu uma nova configuração de cronógrafo automático, o lendário calibre 11. Este movimento destacava-se por possuir um micro-rotor e também por ter a coroa do lado esquerdo. O Calibre 11 alterou temporariamente a aparência do Navitimer, pois mudou do arranjo de três totalizadores anterior para um arranjo bi-compax com uma janela de data às 6 horas.