A relojoaria e a aviação partilham muito mais do que história e evolução tecnológica. Nomes como Breitling e IWC repartem com o eterno sonho do homem criações que se tornaram sinónimos de relógios de inspiração aeronáutica. As colecções Navitimer e Pilot são hoje propostas que cativam cada vez mais adeptos, quer voem em executiva ou tenham as mãos no manche.

Há quem diga que voar se tornou normal, uma actividade banal que já não requer, como no passado, que os passageiros se vistam a preceito, como provam as imagens publicadas em revistas amareladas pelo tempo. Uma época em que subir a escada para um avião era ainda considerado como o inicio de uma verdadeira aventura.

Mas as expressões dos passageiros dos nossos dias, prestes a embarcar, revelam ainda uma emoção que contraria esta ideia. Voar continua a ser um sonho ambicionado por todos, e a relojoaria soube sempre fazer parte desta fascinante epopeia, acompanhando pilotos e passageiros num verdadeiro desafio às mais elementares leis da gravidade.

Aventureiros como Alberto Santos-Dumont, os irmãos Wright, Louis Bleriot, Antoine de Saint-Exupéry, Charles Lindbergh, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Howard Hughes, Amelia Earhart, Chuck Yeager e, porque não, Scott Carpenter ou Neil Armstrong, foram pioneiros ao contribuir que a aventura do voo chegasse a quase todos.

E se no inicio o relógio servia apenas para medir os poucos segundos que uma aeronave se mantinha no ar, rapidamente passou a auxiliar a navegação e a calcular diversos aspectos relacionados com o próprio aparelho. Dos breves segundos dos voos de Orvill e Wilbur Wright ou Santos Dumont, passámos aos minutos que Louis Blériot necessitou para atravessar o canal da Mancha. Dai para as horas, foi apenas um salto que necessitou poucos anos para ser alcançado.

Breitling DC-3 World Tour – Niagara falls – Canada

O período que se seguiu à segunda guerra mundial trouxe consigo grandes mudanças na tecnologia aeronáutica. A barreira do som foi quebrada em 1947 e os motores a jacto destronaram as hélices, tornando os voos intercontinentais mais curtos e mais confortáveis.

Carlos escreve como freelancer para diversas publicações nacionais e internacionais sobre o tema que sempre o fascinou, a alta-relojoaria. Uma área que considera ser uma porta para um mundo muito mais vasto, multidisciplinar e abrangente - uma fonte de informação cientifica, histórica e social quase inesgotável sobre quem somos e como aqui chegamos.