D Uva - Portugal Wine Girls

Oito produtoras directamente ligadas ao sector do vinho, uniram-se para levar, além-fronteiras, o selo de qualidade que Portugal já exibe. Os vinhos portugueses, defendem, estão ao nível dos melhores do mundo, mas são tratados muito abaixo do seu valor. Este grupo, chamado D’Uva, quer inverter toda esta situação.

“Queremos afirmar-nos como um país de grande qualidade”. O desejo, a meta, como lhe queiramos chamar, é assumido a uma voz por um grupo de oito mulheres líderes de projectos vínicos, que continuam a lutar, palmo a palmo, num sector tradicionalmente masculino; ao mesmo tempo que querem dar a conhecer ao mundo os vinhos portugueses, a sua diversidade e qualidade.

Este grupo, chamado D’Uva, nasceu à volta de uma mesa em resposta ao desafio na altura colocado por um jornalista. Por que não um grupo organizado de mulheres portuguesas ligadas ao vinho? Nascia, assim, em 2016, o projecto abraçado por oito produtoras, cada uma ligada a diferentes áreas na esfera do vinho.

Há, de facto, uma nova geração de enólogas e engenheiras agrónomas dedicadas à viticultura e que já demonstraram ser capazes de deixar marca. Outras, ligadas ao marketing nesta área de negócios, ajudam também a compor a imagem das D’Uva, acrescendo ainda que a herança e a vivência familiar em torno dos vinhos da maioria destas mulheres, facilita a definição dos seus objectivos. De referir, também, que o facto de todas pertencerem a várias regiões vínicas, cada uma com as suas diferenças, contribui para a apresentação de uma variedade de portefólio e de perfis de vinhos, o que só por si está apto a desenhar um roteiro de vinhos de Portugal.

No espírito de todas, baila uma revolta contra a forma como o vinho nacional é tratado no estrangeiro. “Bebem o nosso vinho, que é de topo, a preços quase de borla. Queremos inverter esta tendência”, garantem. A apresentação de cada uma das D’Uva é o maior atestado das suas competências. Estas prometem agitar o universo do vinho, elevando as suas vozes de mulher em nome da qualidade do que é português. Ei-las.

José Manuel Moroso integrou os quadros do EXPRESSO como jornalista e aí trabalhou em várias áreas durante mais de 20 anos. Foi durante muitos anos responsável pela famosa secção Gente (Expresso), substituindo Pedro d’ Anunciação, passou pela política, foi editor de desporto, editor dos Guias do Expresso e do Livro da Boa Cama e da Boa Mesa e editor da Sociedade. Especializou-se, também, em críticas de vinhos e a escrever sobre relógios. Transitou, depois, para o jornal Sol, acompanhando a anterior direcção do EXPRESSO, onde se manteve nove anos, até ao final de 2015.