
A Turbilhão esteve em Londres com a Omega para assistir aos preparativos dos Jogos Olímpicos deste ano e aproveitou a ocasião para falar com o presidente da marca que é a cronometrista oficial das Olimpíadas.
Uma entrevista durante a qual Stephen Urquhart revela o significado e orgulho que esta parceria com o evento desportivo mais importante do mundo traz para a Omega.
Pode descrever brevemente a relação entre a Omega e os Jogos Olímpicos (JO)?
Tudo começou em 1932, ano em que o Comité Olímpico Internacional (COI) contactou a Omega. Nessa época, a cronometragem era bem diferente, feita através de cronógrafos mecânicos. Em 1948 regressámos a Londres e essa edição dos JO marcou o início da cronometragem moderna. Depois da guerra, com todos os desenvolvimentos tecnológicos, da própria fotografia, o início da era electrónica na cronometragem começou com as primeiras células fotoeléctricas. Desde então a Omega participou em muitos JO. Não o fizemos algumas vezes por razões diversas, mas desde 2006 que o temos feito sempre. Faz parte do ADN da Omega e acabámos de assinar até 2020.
O que significa para a Omega ser o cronometrista oficial dos JO?
Muitas vezes as pessoas perguntam-me como é patrocinar os JO. Mas a Omega não patrocina, é o cronometrista oficial, o que é diferente. Trata-se de um papel único e muito importante para a marca, sobretudo porque, hoje em dia, a Omega é a única marca visível no local e na televisão. Nesse sentido, o COI fez um óptimo trabalho porque há uns anos atrás as coisas não eram tão claras. Era como um jogo de futebol ou a Fórmula 1, com todas as marcas a surgirem indiscriminadamente.
Que valores são transmitidos através desta parceria?
Embora a tecnologia empregue nos JO não seja a mesma que utilizamos nos nossos relógios mecânicos, o que acabamos por transmitir às pessoas é confiança, emoção. Hoje em dia ninguém compra um relógio para ver as horas, mas por causa dos valores, emoções e sentimentos que transmite. Ser o cronometrista oficial do maior evento desportivo do mundo é uma realização enorme para a Omega. Uma medalha de ouro decidida sem falhas pelo nosso equipamento mostra o trabalho que realizamos, demonstra a nossa precisão. Ser cronometrista oficial dos JO é um desafio enorme que cumprimos com uma grande equipa. Faz parte da nossa história, da qual nos orgulhamos. Penso que a chegada à Lua e os JO são os dois maiores marcos da história da Omega.
O COI impõe algum tipo de requisito para que a Omega possa ser cronometrista oficial?
Não. Trata-se apenas de uma questão de mútuo respeito e confiança. O COI fez um óptimo trabalho nos últimos 20 anos, quer em termos dos próprios Jogos e modalidades, quer no que diz respeito a questões como o doping, por exemplo. Por outro lado, penso que se apercebeu que a Omega tinha o know-how, a técnica e os profissionais para fazer um bom trabalho de cronometragem. É, por isso, uma questão de entendimento mútuo.
Qual a importância dos embaixadores da Omega, no quadro dos JO?
Temos sempre embaixadores ligados a vários desportos. Claro que há sempre a questão se a Omega enquanto cronometrista oficial deveria ter embaixadores ligados aos JO. Há quem pense que não é eticamente correcto. Eu penso que isso não é verdade. Quando cronometramos um evento a máquina é completamente imparcial. O valor de ter atletas connosco é para quando fazemos um spot televisivo, uma acção de marketing. Ajuda-nos a fazer passar a nossa mensagem e imagem e essa é a principal razão pela qual o fazemos, não é para ganharem. Se o fizerem é muito bom, claro.
Qual é o retorno que os JO trazem à Omega?
Sobretudo consciência de marca. Não sei ao certo os números em termos de horas ou minutos, mas sei que 5,5 biliões de pessoas vêm a marca Omega durante os JO e isso faz com que associem a Omega às Olimpíadas. A verdade é que quando se pergunta qual a marca associada aos JO, a resposta é invariavelmente a mesma: Omega. Isso para nós, essa consciência de marca é excelente.
O que está envolvido na cronometragem dos JO. Que tipo de preparação a Omega faz?
A Omega faz cronometragem durante todo o ano e todos os anos. São vários os eventos desportivos com que estamos envolvidos, não são apenas os JO. Logo, em termos de preparação, podemos dizer que esta é constante. Por outro lado, há a questão da logística, na qual começamos a trabalhar logo que as facilidades onde decorrerão os jogos estejam minimamente pronta e, aí sim, é um grande empreendimento. Só para o atletismo, por exemplo, são 50 pessoas destacadas. Nas outras modalidades o número também não anda longe, já para não falar nas toneladas de equipamento necessárias.
As inovações feitas pela Omega em termos de cronometragem foram, de alguma forma, transpostas para os relógios de pulso?
Ao contrário do que acontecia anteriormente, em que as “máquinas” de cronometragem eram de facto relógios, hoje são duas tecnologias completamente diferentes e que dificilmente se cruzarão. Mas nunca se sabe o que poderá acontecer no mundo. Talvez daqui a dez anos outras tecnologias usadas na cronometragem possam ser utilizadas nos relógios. Hoje não, é muito difícil que tal aconteça.