
Hoje é impensável ver o mundo sem uns óculos de sol, sobretudo agora que os dias estão cada vez mais luminosos. Mas sabe quando e como começaram a ser utilizados? E, já agora, quais os modelos mais “quentes” para esta estação?
Há quem lhes chame óculos de sol, outros preferem o termo óculos escuros. Ambos têm razão, porque o sol, na verdade, nem sempre fez parte da equação.
Se recuarmos muito no tempo, descobrimos, por exemplo, que os antigos esquimós já usavam umas caixas feitas de dentes de morsa, com umas aberturas mínimas, para proteger os olhos do sol reflectido na neve. Mas, na China Imperial, os juízes usavam grossas lentes escuras porque pretendiam esconder a expressão facial durante os julgamentos. Foram as primeiras poker face, o que vinha a calhar, assumindo que é suposto a justiça ser cega…
Fast forward até ao início do século passado. A chegada da indústria do cinema revolucionou o papel deste acessório, que até então não tinha sido mais do que uma curiosidade. As estrelas de Hollywood foram as primeiras grandes fãs de um bom par de óculos escuros. Na realidade, continuavam a não ter nada que ver com o sol, e eram utilizados para esconder os olhos irritados e raiados dos actores, um mal muito comum já que a iluminação, nesses primeiros filmes, era bastante violenta. Paralelamente, protegiam-nos dos flashes dos fotógrafos, outra iluminação – literalmente – bombástica, já que as lâmpadas explodiam quando eram disparadas.
Como bónus, descobriram a outra grande utilidade de um par de óculos escuros: esconder a identidade do utilizador. Por muito que chamassem a atenção, eram um excelente disfarce.
E assim chegámos a 1937, há precisamente 70 anos, quando a Bausch & Lomb lançou uma nova marca de óculos no mercado. Finalmente de sol. Tinha apenas um modelo, mas viria a tornar-se tão popular que lançou toda uma geração numa moda que nunca mais saiu de moda.
Na realidade, esses óculos nasceram de um pedido feito anos antes por um tal de John MacCready, tenente da Força Aérea norte-americana, preocupado com os efeitos do sol na visão dos pilotos, e descontente com os goggles que então se usavam. Em 1936, a Bausch & Lomb tinha encontrado a solução, que ofereceu, grátis, a todos os pilotos da Força Aérea. Já não se tratava de uns goggles mas de um novo modelo, com lentes verdes, em cristal mineral, que filtravam os raios infravermelhos e ultravioleta. Possuíam armações muito leves, em metal banhado a ouro, e uma forma diferente, oblíqua, para proteger ao máximo o campo de visão dos pilotos, que precisavam de olhar repetidas vezes para o painel de instrumentos em baixo. No ano seguinte, a companhia colocou o novo produto no mercado e, como baniam os raios solares, decidiu chamar-lhes Ray (raio) Ban (de “banish”).
Em tempos de guerra, os pilotos eram verdadeiros heróis e todos queriam ser como eles, primeiro entre o exército americano e depois junto do resto da população (americanos e europeus). Esse modelo revolucionário acabou por ficar conhecido como Aviator, e continua a ser uma das linhas mais bem-sucedidas, na Ray Ban e em outras marcas que também não dispensam um modelo semelhante. É que, apesar da fama, a Ray Ban não foi de forma alguma a primeira companhia no mercado. A Persol, por exemplo, cujo nome deriva do italiano “per il sole”, comemora este ano o seu centenário.
Hoje, a oferta de óculos de sol é enorme e para todas as bolsas. Pode encontrar pares baratíssimos, mas a maioria das pessoas – com razão – prefere optar por uma boa marca, com um design mais cuidado, lentes de qualidade que protegem realmente, e armações bem construídas. Como ocupam um lugar de óbvio destaque, a sua escolha terá um impacto fortíssimo no seu visual. Para o bem e para o mal. E porque a Turbilhão apenas lhe deseja o bem, preparámos uma lista com os modelos mais icónicos – e as correspondentes novidades para esta estação. Só tem de escolher os seus preferidos.